Quem escreveu



Nome: Bernardo Joaquim da Sila Guimarães
Quando nasceu: 25 de agosto de 1825
Onde nasceu: Ouro Preto (MG)
Quando morreu: 10 de março de 1884
Onde morreu: Ouro Preto (MG)

Foi aos 50 anos que Bernardo Joaquim da Silva Guimarães estampou seu nome entre os grandes escritores brasileiros. Em 1875, lançou "A Escrava Isaura", sua obra mais famosa, que o elevou á condição de destaque no cenário literário nacional.

A história de amor entre Isaura e Álvaro, com o regime escravocrata como plando de fundo, rendeu ao escritor elogios até do imperador D. Pedro II, a maior autoridade brasileira na época. A partir de então, seus laços com o soberano do Brasil ficaram mais estreitos.

Em 1881, D. Pedro ofereceu-lhe o título de barão, recusado por Guimarães. No mesmo ano, o imperador encomendou-lhe a obra "A  História de Minas Gerais", que não chegou a ser concluída em função da morte do escritor quatro anos mais tarde. Célebre como poeta e romancista, Guimarães não dedicou sua vida exclusivamente á pena e ao papel. Em sua carreira profissional, atuou como jornalista, juiz e professor.

Filho de João Joaquim da Silva Guimarães e Constança Beatriz de Oliveira Guimarães, Bernardo nasceu em 1825, em Ouro Preto (MG). Cursou o primário em Uberaba (MG) e concluiu o secundário em sua cidade natal. Em 1847, decidiu ingressar na Faculdade de Direito São Francisco, sem São Paulo.

Em seus anos como universitário conheceu os poetas Álvares de Azevedo e Aureliano Lessa. Nesse período, Guimarães teria participado da secreta Sociedade Epicureia, formada por estudantes influenciados pelos movimentos românticos da Europa. Os três amigos reuniram-se para lançar o livro "As Três Liras". O projeto, no entanto, foi abortado em 1852 com a morte prematura de Álvares de Azevedo, anos 20 anos.

Formado em Direito, Guimarães foi morar em Catalão (GO), onde foi nomeado juiz municipal. Ainda em 1852, lançou seu primeiro livro, as poesias reunidas em "Cantos da Solidão". Em 1858, resolveu mudar de cidade e de profissão. Trocou a pequena Catalão pelo Rio de Janeiro, a capital do Império. De juiz, passou a trabalhar como jornalista e crítico literário no jornal Atualidade.

Três anos depois, Guimarães retornou a Catalão e a seu antigo cargo de juiz municipal. Uma de suas primeiras medidas foi absolver e libertar os presos encarcerados por delitos leves. Seu objetivo era livrá-los das péssimas condições oferecidas na cadeia pública. A polêmica decisão gerou um processo contra ele - absvolivdo posteriormente - e acelerou o desgate de sua imagem como juiz.

Em 1886, Guimarães estava de volta a Ouro Preto, após rápida passagem pelo Rio de Janeiro. Foi convidado pelo Liceu Mineiro para dar aulas de retórica e poética, onde ficou por um ano, até a cadeira ser extinta. Em 1867, casou-se com Teresa Maria Gomes, com quem teve oito filhos.

Em 1873, voltou a lecionar, desta vez na cidade de Queluz. Ocupou o cargo de professor de francês e latim por pouco tempo, até esta cadeira também ser extinta. Acredita-se que a falta de interesse do escritor em dar aulas tenha contribuído para o fim dos dois cursos.

Se Guimarães, como professor, podia deixar a desejar, sobrava talento como escritor. O período entre 1869 e 1883 marcou sua nova fase pela Editora Garnier. Entre eles, "O Ermitão de Muquém", de 1869, considerado o percursor do regionalismo na literatura brasileira, e as obras "O Garimpeiro" e "O Seminarista", ambas de 1872, que arrancaram elogios da crítica literária.

Inscreveu definitivamente seu nome como romancista três anos depois, como o lançamento de "A Escrava Isaura" durante um período da história brasileira marcado pelas campanhas abolicionistas, que pediam o fim da escravidão. Guimarães morreu em 10 de março de 1884, anos 58 anos, em Ouro Preto. Em 1896, em homenagem póstuma, foi eleito patrono da cadeira n.° 5 da Academia Brasileira de Letras.