quarta-feira, 30 de junho de 2010




CONTEXTO

Bernardo Guimarães escreveu uma história de ficção com base em acontecimentos de seu tempo. "A Escrava Isaura" se passa nos primeiros anos do reinado de D. Pedro II - que compreende o período entre 1840 e 1889. Portanto, o Brasil já é independente de Portugal e, como o próprio título do livro sugere, possui uma sociedade escravocrata - ou seja, a posse de escravos é permitida por lei.

Existe, porém, uma crescente pressão dos movimentos abolicionistas, que pedem o fim da escravidão no país. O fim do regime escravocrata tem apoio externo, como o da Inglaterra. O interesse dos ingleses por uma sociedade formada por pessoas livres e assalariadas é econômico: diferente dos escravos, os trabalhadores teriam condições para consumir seus produtos.

Apesar das pressões internas e externas pelo fim da escravidão, o embate ainda iria perdurar até 1888, ano em que a princesa Isabel assinou a lei de libertação dos escravos. Por isso, no romance de Bernardo Guimarãess, que se passa no interior do Rio de Janeiro, a mão de obra escrava á amplamente utilizada nas lavouras - em especial nos cafezais, o novo motor da economia brasileira.

No rastro da riqueza originária do café, o país começa, aos poucos, a ganhar um novo contorno social: a ascensão da burguesia, o surgimento dos profissionais liberais, o crescimento das cidades e o maior acesso á educação pública. Nas artes há um incentivo há "redescoberta" da nação.

Durante o Segundo Reinado, o Rio de Janeiro, capital do Império, torna-se a referência literária e artística do Brasil. Idealizada pelo próprio imperador, a exaltação nacional se reflete nas obras de artistas e escritores. O pintor Pedro Américo, autor de telas como "A Batalha do Riachuelo" e o "O grito do Ipiranga", e o escritor José Alencar, que escreveu "Iracema" e o "O Guarani", estão entre os expoentes culturais do Brasil de D. Pedro II.